"O arquipélago de Galápagos, situado 900 km a oeste da costa sul-americana, pertence ao Equador. Localizadas próxima à linha equatorial, suas ilhas apresentam clima ameno e temperado, pela influência a corrente fria de Humboldt e da corrente quente do Panamá. Tem origem vulcânica e todas elas apresentam inúmeros cumes, que variam de 300m a 1500 m de altitude. No total, o arquipélago é composto por 55 ilhas, total de 8000 km2".
Celso Antunes. Geografia e participação. Editora Scipione, 1991.
O isolamento geográfico das ilhas Galápagos permitiu, ao longo do tempo, uma biodiversidade com inúmeras espécies endêmicas. Hoje, embora a diversidade de espécies permaneça, o homem já é um grande agente transformador da paisagem local, considerada por muitos como bem próxima à paisagem dos primórdios da Terra. Diversos estudos são conduzidos em seu território, principalmente com relação às espécies animais, entre outros, Galápagos abriga as tartarugas-gigantes (Geochelone nigra) e as iguanas (Amblyrhynchus cristalus)
Alfred Viola, Northeastern University, Bugwood.org
Pesquisadores do Instituto Butantan em São Paulo descobriram uma técnica para a produção do veneno de aranha-marrom importante na fabricação do soro, trata-se da produção da mesma toxina do veneno só que através de bactérias e não mais coletando das aranhas. Pesquisadores introduziram um gene da aranha-marrom na bactéria escherichia coli fazendo com que ela produza a mesma enzima contida no veneno que é fabricado pela aranha e responsável por alguns dos sintomas da picada, a esfingomielinase-D.
A aranha-marrom é uma espécie venenosa comum no sul do país e de 7 a 12 milímetros de comprimento, de hábitos noturnos e que se esconde em locais de pouca luz como sotãos, cavernas, garagens, folhas e cascas de árvores. Existem três espécies da aranha-marrom Lexoceles gaucha, Lexoceles intermedia e Lexoceles laeta. Por enquanto o soro utilizado no tratamento da picada de aranha-marrom é extraído da espécie L.gaucha, aranha armadeira e escorpião amarelo, mas a maioria dos acidentes ocorre com a espécie L. laeta onde esse soro não é muito eficaz. A aranha-marrom não é uma espécie agressiva e geralmente pica quando tem seu corpo comprimido contra algum objeto, por exemplo ao se esconder em sapatos. A picada é difícil de ser identificada, além de não causar dor os primeiros sintomas só são vistos 8 horas após o incidente, geralmente a pele apresenta inchaços e lesões, além do indivíduo apresentar dor, febre e urina escura.
A produção de vacinas em quantidade considerável necessita da coleta do veneno de centenas de aranhas e é feito de modo manual, ou seja, cada aranha recebe pequenos choques e que resultam na liberação de cerca de 30 microgramas de veneno, quantidade baixa se pensarmos que uma gota de líquido tem quantidade dez mil vezes maior. Com essa nova técnica, a produção não necessitará das aranhas e a quantidade coletada será maior. O soro fabricado a partir da toxina produzida pelas bactérias será usado no tratamento de picadas de aranha-marrom das espécies L. intermedia e L. laeta, essa a mais perigosa e presente em países da América e em Santa Catarina.
Por enquanto é uma descoberta e o Instituto precisa comprovar que o soro produzido a partir da produção das bactérias combaterá todas as toxinas que a picada do inseto introduz. Em 2009 foram detectados 17.474 incidentes com a picada de aranhas sendo a aranha-marrom responsável por um terço de envenenamentos.
O Instituto Butantan de São Paulo pesquisa uma nova arma contra a impotência sexual masculina. Trata-se do veneno da aranha armadeira (Phoneutria nigriventer). A descoberta partiu dos relatos dos pacientes que apontaram ereções depois da picada do inseto venenoso. A substância eretina contida no veneno seria a responsável pela ereção masculina. Testes foram feitos com ratos de laboratórios e também apontaram ereções nos bichinhos. Agora a pesquisa vai de encontro ao estudo e aplicação em humanos. No Brasil, metade da população de homens com mais de 45 anos sofrem com impotência, disfunção erétil causada pela falta de irrigação sanguínea e preenchimento nos vasos do corpo cavernoso, responsável pela ereção.
A aranha armadeira é uma espécie extremamente agressiva, de hábitos noturnos é comum do das regiões sul e sudeste do Brasil, variando da cor marrom ao cinzento e que pode atingir até 19 centímetros quando arma suas patas frontais para o ataque. Entre os seus habitats, além das florestas estão adaptadas à vida urbana podendo ser encontradas em terrenos baldios, pilhas de tijolos e materiais e nas bananeiras, entre as folhas e os cachos. Sua picada causa dor intensa e o veneno inoculado é muito tóxico agindo no sistema nervoso levando a vítima ao estado de choque e podendo causar a morte.
Se avaliarmos o que restou de floresta no Brasil com excessão da Amazônia é possível concluir que o que sobrou após décadas de devastação são Parques Nacionais e Unidades de Conservação, isso sem falar nos corredores ecológicos, todos pensados para preservar os ecossistemas que se salvaram. A ideia é muito simples, hectares de florestas são cercadas e a partir desse momento as entradas são controladas por seguranças e horários, limitando-se também os trabalhos que são feitos ali por pessoas não ligadas as unidades.
Os parques nacionais em sua maioria estão localizados nas serras e chapadas, relevo de altitude considerável e que guardam muitas nascentes de rios, espécies animais e vegetais formando os ecossistemas locais.A transformação das florestas e unidades de conservação preservou o que restou da Mata Atlântica ao longo da costa brasileira e da Floresta de Araucária no sul do país, florestas destruídas durante séculos pelo interesse madeireiro e hoje limitadas a menos de 10% do espaço original. A mesma prática ocorre no Cerrado brasileiro, onde além dos parques instalados e unidades de preservação, temos também fazendas gigantescas constituídas por áreas de florestas, mas não no intuito de preservar e sim de destruir em função da plantação e industrialização de matérias-primas que servem às agroindústrias. Além de incontáveis unidades de conservação, há cerca de 55 parques como os Parques Nacionais do Iguaçu, da Chapada dos Veadeiros, da Chapada Diamantina, Parque da Tijuca, da Serra da Cantareira, da Serra da Bodoquena, entre outros.
Infelizmente nossas florestas estão fadadas a isso e debaixo de políticas governamentais errôneas, pois não há fiscalização no combate ao desmatamento e ocupação ilegal de maneira que abranja grande parte do território. Os órgãos legais esperam de mãos atadas a destruição para então colocar em prática a construção de parques. E só para lembrar, as florestas que são nosso bem maior e eram patrimônios públicos, agora além de encontradas em parques e reservas, tiveram os seus serviços internos administrados por empresas privadas. A boa notícia: ao menos ainda teremos chances de apreciar matas nativas nas reservas; a má notícia: a maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, parece estar na mesma rota de destruição com suas dezenas de corredores ecológicos.
Os tubarões podem viver por até 80 anos. No planeta são cerca de 375 espécies vivendo em águas profundas e águas rasas, dos oceanos às costas marítimas. A preferência é por águas mornas, daí o aparecimento frequente nas praias. Carnívoros natos, consumindo desde peixes aos crustáceos e de focas aos leões marinhos, os tubarões são dotados de sistemas sensoriais que permitem perceber vibrações nas águas a quilômetros de distância, além disso, o olfato capta a presença de sangue em um raio de 30 metros. Os mais perigosos são o tubarão branco, tubarão tigre, tubarão cabeça-chata, tubarão gralha preta e tubarão mangona. O Brasil abriga cerca de 80 espécies dos quais além dos perigosos gralha preta, cabeça-chata, branco e tigre, o tubarão baleia, raposa, martelo e lixa.
Os tubarões estão ameaçados de extinção por conta das atividades predatórias humanas como a prática do finning, pesca em alto mar que consiste na captura e retirada das nadadeiras, onde após o corte o animal é devolvido às águas multilado morrendo em pouco tempo. O interesse nas barbatanas é puramente comercial, pois representam iguarias em restaurantes espalhados no mundo principalmente na Ásia. O problema é maior ainda se pensarmos que o continente vive uma explosão demográfica e as autoridades são coniventes com o finning. Cerca de 100 milhões de tubarões são dizimados a cada ano devido a prática sendo a espécie mais ameaçada o tubarão azul. As ameaças do finning não estão ligadas somente à predação do tubarão, mas também a outras espécies. A forma cruel como é utilizado o espinel, linha de quilômetros de extensão e com cerca de 16000 anzóis para fisgar assim como as redes de arrasto, trazem consigo, além dos tubarões, tartarugas, outra espécie na lista de ameaças e em programas intensos de preservação. No Brasil o saldo da pesca predatória e proibida pelo IBAMA tem destino certo, o mercado asiático, onde vale milhões. Infelizmente, as punições por aqui não passam de multas pesadas aos donos dos navios pesqueiros. Países como os Estados Unidos já proibiram a prática do finning.
Os tubarões como quaisquer outros animais desempenham funções importantes nos ecossistemas marítimos, são responsáveis pela limpeza de carcaças de animais mortos. Ainda que ataquem pessoas nas águas do litoral despertando o medo, precisamos lembrar que agem como todo o predador em busca de uma presa e o ambiente aquático que tanto nos fascina é antes de mais nada a casa deles.
Assista a um vídeo documentário do brasileiro Lawrence Wahba
As tartarugas marinhas representam umas das espécies mais ameaçadas no território nacional. Hoje, mais do que nunca, a ação predatória humana é responsável pelo declínio no número de populações, inclui-se aí as ações destrutivas em terra como a especulação imobiliária nas praias respondendo pela destruição do habitat, a caça de ovos de tartaruga, a pesca em alto mar principalmente para a captura de outros peixes e a poluição que vai desde as areais das praias até as águas oceânicas. Cinco espécies são encontradas no Brasil, a tartaruga cabeçuda, de pente, de couro, oliva, além da tartaruga verde, esta a menos ameaçada, pois desova em ilhas como Fernando de Noronha onde há trabalhos de preservação e um acesso controlado.
A luta pela sobrevivência da espécie precisa atravessar diversos obstáculos e desde cedo, além da caça dos ovos nas areias onde são depositados pelas tartarugas, quando não são encontrados, a saída dos filhotes fica comprometida pelo pisoteio frequente prensando os ninhos. Após o nascimento, os filhotes se dirigem para o mar enfrentando a presença de predadores desde as areias até as águas, de aves à espécies marítimas. Quando adultas o maior predador é o homem, que caça, polui e destrói o habitat natural da espécie, direta e indiretamente. Então de cada mil ovos postos, de possíveis mil filhotes gerados para a natureza e pelas adiversidades que precisam enfrentar, menos de cinco filhotes vão chegar à vida adulta.
Diante das dificuldades impostas à sobrevivência das tartarugas marinhas nasceu o Projeto Tamar, um grande trabalho de preservação que abrange a proteção dos ninhos, o nascimento dos filhotes e a conscientização sobre a importância de se preservar a espécie e seu habitat.
Conheça o Projeto Tamar em seus trinta anos pela preservação das tartarugas marinhas